quinta-feira

Yama - Disciplina Yogue

Yamas são 5 orientações para o bom convívio em sociedade e consigo mesmo. Sâo pre-requisitos para o trabalho espiritual assim como os dez mandamentos do cristianismo. Hoje os principios éticos colocam limites à ação do nosso ego para podermos viver em sociedade. Para a experiência espiritual, esses limites são ainda mais restritos, pois se o ego ocupa toda a mente, não há espaço para outras questões.
Não são regras a ser seguidas, mas algo para suprimir as tendências egoístas para criar novos centros de experiencias. Deve ter isso em mete para não viver em sofrimento por não conseguir aplicá-los na vida ou até mesmo para não julgar as pessoas. O que vale é a observação constante e não a obediência cega.
"Quando estamos conscientes, intensamente em contato com o momento atual, aprofunda-se a nossa compreensão do que está acontecendo e começamos a ser preenchidos de aceitação, alegria, paz e amor." - Thich Nhat Hanh

AHIMSA, OU NÃO VIOLÊNCIA

É não ferir, tanto verbal quanto fisicamente qualquer ser vivo. Em nível mental, evitar até em pensamentos desejar o mal às outras pessoas. Estimula-se a compaixão por todas as criaturas. O Mahabharata diz "Não faça aos outros o que, se fosse feito a você, lhe causaria dor" (essa máxima esta presente em quase todas as religiões). O mestre Yogananda diz "deve-se enxergar bondade até no inimigo" livrando-se assim do desejo de vingança. Dando ódio em troca de ódio só aumenta a hostilidade do inimigo a você. Gandhi foi um grande praticante de ahimsa, libertou a india utilizando a estratégia da não-violência, pregando a desobediência civil.

SATYA, OU VERDADE

Veracidade em pensamentos, palavras e ações. Deve-se evitar a falsidade tanto em relação a outras pessoas quanto consigo mesmo. Quando mentimos criamos mais conflitos nas relações. Muitos dizem que precisam mentir para não machucar os outros mas aos poucos, mudando nossos habitos percebemos que a verdade é uma feramenta que traz paz e alivio mental. Exemplo prático: Se mentir, terá de ficar construindo justificativa para manter sua mentira e não ser pego em contradição. Se falar a verdade, não precisará ocupar espaço mental com essa simulação. É algo a menos em que pensar, como manter a lixeira do computador limpa para não ocupar espaço e não comprometer processamento de programas mais nobres.

ASTEYA, OU NÃO ROUBAR

Não tomar o que não lhe pertence, não cobiçar ou invejar bens alheios. A intenção já traz perturbações mentais. Este conceito faz parte da idéia mais nobre dos fundamentos espirituais da Índia: o desapego. Para a Yoga, apegar-se a bens materiais - ou pior, os que não lhe pertence - além de imoral, criam distrações na mente que desviam o praticante de sua meta.

BRAHMACHARYA, OU CASTIDADE

Traduzido como "caminhar com Brahma", ou voto de castidade para toda a vida. Em importantes escrituras, brahmacharya é uma prática fundamental para o crescimento espiritual do praticante. Algumas linhas de Yoga consideram esse conceito como a não-perversão do sexo, ou seja, o sexo consciente, feito com amor. Controlar o sexo, e não suprimí-lo. Estímulos sexuais e sexo são absolutamente naturais e trazem ótimos resultados se encarado de forma sadia. O objetivo é evitar dispersões mentais, e não criar uma pureza aparente, ou negar a sexualidade. Como vivemos cercados por estimulos sexuais, para alcansar níveis mais elevados de consciência, não se deve deixar ser arrastado por esses estímulos. Perceber o tempo e a energia que desperdiçamos na devoção ao sexo, e o controle que ele causa em nossas mentes. Por isso alguns yogues optam pelo celibato, para aumentar seu potencial energético, um potencial em que se acredita ser inerente ao sêmen.

APARIGRAHA, OU NÃO COBIÇAR

Abandono do sentimento de posse, do desejo pela conquista e manutenção dos bens materiais. Desapego aos relacionamentos. O desejo é natural e faz parte da vida, o problema é condicionar a própria feclicidade à realização de um desejo. A forma como encaramos o desejo é que causa sofrimento. Tanto na Yoga como no budismo acredita-se na impermanência - nada existe para sempre. Nesse mundo em movimento, só permanece estável o que também se movimenta. O apego é o contrário disso, pois se fixa em algo que pode nos arrastar para fora da nossa atenção e do nosso propósito. Portanto apegar-se a um desejo é uma forma de causar sofrimento a si próprio. Patanjali confirma o que Buda ja afirmava à séculos "Tudo é sofrimento para o sábio."

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